Tudo começou em 1891 com um americano gorducho chamado Whitcomb L. Judson. Os trajes elegantes daquela época pediam roupas de baixo com camadas e mais camadas de peças externas – como camisas, coletes e casacos -, todas presas com cordões, laços ou fileiras de botões. Às vezes, levava-se até quase meia hora para se vestir ou despir. Mesmo os sapatos da moda eram botas bem justas e abotoadas ou amarradas até os joelhos. Whitcomb L. Judson tinha grande dificuldade de amarrar suas botas. Decidiu inventar um dispositivo para fechar suas botas mais rapidamente – e o chamou de “fecho relâmpago”. Tratava-se de um dispositivo em forma de corrente que consistia de ganchos de metal laminado conectados a argolas de arame. Essas correntes de ganchos em lados opostos eram aproximados e presas por um “cursor”. Mas, antes que o usuário pudesse realmente fechar suas botas, ele tinha de amarrar primeiro o dispositivo a seus sapatos com cordões comuns. Depois disso, veio uma nova versão, em que conectivos eram presos às bordas de uma fita de tecido. De um lado ficava os pinos, ou “ganchos”, enquanto do outro ficavam os colchetes. Em vez de usar o fecho apenas para calçados, o produto passou a ser anunciado também para saias femininas, calças masculinas e outros tipos de roupa. Embora pudesse ser feito de maneira mais rápida e barata por máquinas, o novo modelo não era nada seguro. Saias e calças se abriam inesperadamente quando o mecanismo não era usado exatamente segundo as instruções. Não podia ser dobrado, torcido nem lavado.
Na tentativa de aperfeiçoar o fecho uma vez mais a atrair a lucrativa indústria de roupas, Judson contratou um jovem engenheiro sueco, Gideon Sundback. Sundback fez várias melhorias no processo de fabricação e, depois, concentrou seus esforços na eliminação dos defeitos do fecho, especialmente nessa teimosia em se abrir. Levou quase quatro anos até criar, em 1914, um fecho realmente prático, que deslizava sem problemas e não se abria muito semelhante aos zíperes de hoje em dia. Mas a verdadeira virada só ocorreu em 1923, quando a empresa B. F. Goodrich produziu um tipo de bota de borracha com o novo fecho. Foi um dos executivos da Goodrich quem criou o nome zipper ao exclamar que, para calçar as botas, bastava zip’er up ou zip’er down (zipá-las para cima ou zipá-las para baixo).
Angélica Carniel
Bibliografia
Texto:
Duarte, Marcelo. O livro das invenções/ Marcelo Duarte – São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Imagem:
http://www.google.com.br/imgres?q=z%C3%ADper&um=1&hl=pt-BR&biw=1138&bih=564&tbm=isch&tbnid=cKaotE4ooV82ZM:&imgrefurl=http://leticediabinha.blogspot.com/2009/02/o-ziper-ideal.html&docid=fRx19VWLxROZcM&w=207&h=209&ei=PcpCTpCeLen10gGN-OWQBw&zoom=1&iact=hc&vpx=401&vpy=265&dur=336&hovh=167&hovw=165&tx=137&ty=96&page=1&tbnh=133&tbnw=132&start=0&ndsp=19&ved=1t:429,r:8,s:0
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